terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cine Relâmpago do Zé Cabral

ZÉ CABRAL ROLANDO A BOLA

O cineasta Mário Maria Fernandes Gomes, em seus 83 anos de existência, contabiliza décadas, não menos que seis, a suas traquinagens com a sétima arte. Isso porque pensa que o cinema é um vírus que o contaminou ainda menino, coroinha de igreja em Ouro Preto, Minas Gerais. Porém antes das lentes cinematográficas vieram as acrobacias sobre a motocicleta, o aterrorizante "globo da morte", nos  circos, o passeio de monociclo para alegria da meninada, tudo isto faz com que este homem viva o sonho que criou. 

Dinheiro e fama não conquistou, talvez por inabilidades de marketing ou desígnio do destino, o certo é que filmou em todos os formatos de suporte para captação de imangens: películas de 35, 16 e 8 milímetros; vídeo VHS e SVHS e hoje está no formato digital. Como o consagrado personagem de Cervantes, Dom Quixote, Mário teve seu fiel escudeiro, o menino Júlio, que hoje é um profissional em webdesign e ajuda na pequena oficina de sonhos do cineasta.

Agora, um grupo de amig@s se reune para investir no sonho deste velho cineasta. Como estamos a poucos passos da Copa 2014, construímos com Mário uma narrativa audiovisual participativa, em que seu personagem, o "Zé Cabral", chega à cidade grande para registrar o cenário do mega evento mundial que se aproxima. Com sua assistente, "Generosa", vai registrar imagens "para mostrar aos seus compadres que deixou lá na roça". A parte a ingenuidade do personagem bucólico avançamos na visão antropológica. A bola não vai rolar só nos gramados de campos de futebol, ela rola por ruas e avenidas, praças, parques, jardins, monumentos e mercados para mostrar que futebol é cultura, é história é arte.

Este seria o olhar do viajante, do turista que visita Belo Horizonte, na ocasião da Copa de Futebol. Na memória cinematográfica ficam todos os instantes em este indivíduo cruzar com pessoas e lugares escolhidos por Zé Cabral para falar da paixão nacional. Além do gramado dos estádios iluminados, do grito inflamável das torcidas, da movimentação dos carros e pedestres, está a paisagem, singular e plural aos olhos dos indivíduos que habitam ou que visitam a cidade. Neste instante em que o Zé Cabral rola a bola, produzindo seu documentário, um outro olhar o observa e dos participam da cena, no que chamamos "Cinema Relâmpago do Zé Cabral". Além da bola que vai rolar na paisagem vamos mostrar o cineasta em ação com seus convidados e ouvintes na construção de uma narrativa audiovisual.

O site do cineasta está disponível em http://www.mariocineasta.com.br/ e serve de base para um começo de conversa sobre o tipo humano retratado. O que será que passa pela cabeça de um artista que vive e sonha sua arte? Enquanto outras patologias não surgem para descrever, arrisco um palpite: temos um caso de amor incondicional pela arte com dedicação exclusiva,uma possessão no sentido espiritualista da acepção da palavra.

Estamos aí:

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