quinta-feira, 21 de junho de 2012

Viralata; vagabundo.

"Eu sou que nem um vira lata vagabundo, 
meu maior prazer no mundo 
é ter voce pra farejar"   Raul Seixas ("Quero Mais").


Blogg Pipocas de Bits: "Uma homenagem aos cães sem raça definida"

Não se trata aqui de postar sobre a nobre raça dos cães VIRALATAS, assim chamados no Brasil a partir da definição da ciência veterinária de SRD ( Sem Raça Definida). Essa espécie sobreviventye dos lixões e da fome, é cultuada por ilustres mendigos, como Charles Chaplin e, principalmente pela população pobre, de baixa renda e moradora nas periferias das cidades.

(Imagem disponível em: ANIME SUAS MENSAGENS).

Ou, no melhor dos mundos: voce é responsável por tudo aquilo que cativas.
Chaplin sabia exatamente o que queria dizer, contar, filmar. Suas palavras, milimetradas, enquadradas no sentimento do mundo, em imagens e planos cienamatrográfico ímpares, polisêmicos. O cão e a criança são recorrentes em sua obra cinematográfica.
  

O estereótipo pode ser uma "maldição", uma condenação para os cãezinhos que perambulam sem "eira nem beira" pelas ruas, becos e lixões das cidades, molestados pelos maldosos humanóides. O abandono destes animais mostra a face do ser humano neste século XXI; acolhe-se cães certificados, com micro chip e pedigree, num culto emblemático de ostentação e luxúria, poder e força de consumo, orquestrado pelos apelos das clínicas veterinárias, pelos pet shops e seções com prateleiras direcionadas aos consumidores caninos e felinos nos supermercardos.

Aproximo da analogia proposta pelo dramaturgo, escritor e jornalista pernambucano Nelson Rodrigues (1912- 1980), que vê no comportamento do povo brasileiro o que denominou "complexo de vira lata". A parte a posição inferior ante os estrangeiros, nosso "antropos" múltiplo, singular, multifacetado, multicultural, sugere a revolução humanitária do novo homem, múltiplo de si e do coletivo. Nelson tem razão, não temos uma origem definida, certiificada em cartório; enquanto conjunto de populares, somos uma "geléia geral" de DNAs , a autenticidade pesa pouco na minoria majoritária que serve às oligarquias patrimonialistas. Será o mito de David e Golias no seriado nacional da tv: quem não é o maior tem que ser o melhor, aqui o complexo pega na inoperância do enunciado.

De volta aos cães, nossos fiéis escudeiros, uma rápida olhadela pelo google e cruzamos com uma nova terapia, que oferece abordagem psicológica diferenciada dos métodos conservadores, com vistas à melhora nas conexões neurais, nas aptidões sociais e cognitivas de indivíduos portadores de sofrimentos mentais, ou abandono social. É a cinoterapia, que utiliza os cães no trabalho terapêutico. Os agentes caninos são escolhidos em diversos contextos, que vão desde o abandono das ruas, até os animais adestrados em instituições profissionais como o Corpo de Bombeiros.

Nosso amigo cão, e por que não o gato, passa a compartilhar nossa existência em várias instâncias do cotidianos. É lamentável que sofra, como nós, ameaças de sequestro e furto, além de abandono e maus tratos. Cumpre ressaltar que o problema da segurança pública já passa pelo coletivo canino: cães farejadores correm perigo de vida pois traficantes ameaçam matar os mais competentes. Como cão não usa colete a prova de balas, por enquanto, a malandragem aconselha os quatro patas e fingir que nem vê, "passar batido" nos flagrantes diários da cidade entorpecida.

Au! au!