quinta-feira, 22 de novembro de 2012

TODO MUNDO VAI AO CIRCO


AquiPraôceÓ!

ONTEM OS INIMIGOS ERAM VERMELHO E AZUL 



Imagem disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/04/guerra-fria.jpg>. Acesso em 22 Nov. 2012

HOJE...


menino palestino

TODO MUNDO VAI AO CIRCO...


PALHAÇO ESPANHOL É BARRADO EM ISRAEL

A notícia foi publicada pela revista cultural cubana La Jiribilla. Fiz uma tradução livre mantendo o gosto original da escrita. O tema é sério: onde vamos parar neste mundo de censuras e terroristas avulsos; o que será de nossas liberdades, do futuro de nossas crianças?
Socorro palhaços de narizes vermelho!
A alegria ainda é a prova dos nove, embora os senhores da guerra não o queiram.

A alegria como nova forma de terrorismo
20 Minutos

Israel expulsa por "terrorista" a um palhaço: "Somos um exército, porém de sonhadores"

Madrid.-  Os palhaços costumam representar situações estrambóticas, porém o que aconteceu com o palhaço espanhol Lokonuk ultrapassou os límites do kafkiano. A semana passada aterrizou em Israel para participar em uma caravana clown dirigida a crianças em  acampamentos de refugiados palestinos. Porém não conseguiu sair do aeroporto: foi interrogado até o cansaço por autoridades, enviado para uma cela e deportado no dia seguinte para a Espanha "como um criminoso". Os serviços de segurança israelenses asseguram que teme "laços com organizações terroristas palestinas".

"Parece que terrorismo é fazer com que as crianças riam", explica Lokonuk, entrevistado pelo telefone por 20 minutos, entre risos. "Talvez, agora, me coloquem na lista dos terroristas mais procurados".

Lokonuk é Iván Prado, cofundador da organização galega Palhaços em Rebeldia, uma organização que se dedica a levar diverção a zonas difíceis, no estilo de outras organizações como Palhaços sem Fronteiras. Têm atuado, por exemplo, nos territórios zapatistas em Chiapas, México. Tambiém dirige o Festiclown (Festival Internacional de Clown da Galicia) e preparava um festival internacional em território palestino.

Revistados em Barajas

Os problemas de Prado começaram em Barajas no passado 26 de abril. Viajava com uma amiga que seria intérprete em território palestino; ela tem nacionalidade espanhola, porém seu pai é árabe. "Já no aeroporto uns agentes començaram a nos fazer perguntas a faturar, e quando íamos entrar no avião nos conduziram a uma sala onde revistaram as maletas. Nos revistaram e revisam tudo o que levávamos; o pasaram de novo pelo rayos X e o pasaram num detector de explosivos".

Segundo o relato de Prado, nesse momento lhes avisaram que seu equipamento não sairia naquele vôo, pois já não dava tempo para examiná-lo. "De fato, nunca sairam de Barajas, quando regresamos, as maletas ainda estavam alí".

Ao chegar no aeroporto israelense de Ben Gurión, os agentes do serviço de segurança israelense (Shin Bet) advertiram o sobrenome árabe de sua acompanhante e os passaram para uma sala. Alí començou un longo interrogatorio de "cinco ou seis horas": "Que quanto ganhava, que onde morava, que a quantos países havia ido... todas perguntas muito estranhas".

"Bem, pois vamos expulsá-los"

Logo a funcionária lhe pediu que abrisse em sua presença sua conta de correio electrônico, "para cooperar com as forças de segurança". A mesma funcionária o havia pedido há um ano, em outra visita que fêz a Israel para os mesmos fins. Naquela ocasião acedeu, porém esta vez disse que não. "Não entendo por quê, é uma violação de meus direitos. E a mulher disse: "Bom, pois vamos expulsá-los no seguinte avião".

Seguiram novos interrogatórios com outros agentes, novas revistas, e finalmente um guarda armado os tirou do aeroporto em uma camionete policial e os enfiou numa cela do centro de internamento para estrangeiros. Alí passaram a noite; às cinco da manhã regresaram com eles e os meteram pela porta traseira de um avião da El Al, "'como criminosos'. Nos devolveram os passaportes até que aterrizamos em Madrid".

O diário israelense Haaretz fez eco ao incidente: "O Shin Bet expulsa o palhaço mais famoso da Espanha em sua chegada a Israel". Lior Haiat, portavoz da embaixada israelense na España, assegura a 20 minutos que não lhe deixaram entrar "por motivos de segurança, porque nas perguntas rotineiras de entrada se pode comprovar que estava tratando de ocultar informações sobre seus planos em Israel e que tem contatos com membros de organizações terroristas".

Sem dúvida, Haiat não pode precisar como deduziram as autoridades esses supostos contatos nem a que organizações terroristas se referiam.

"É uma autêntica bobagem"

Prado nega essa acusação. "É uma autêntica bobagem, não tem nem a categoria de falácia". Admite que esteve em territórios palestinos em dua ocasiões (2003 e 2009) porém sempre para organizar atividades de palhaços. Nega haver tido contatos nem siquer com organizações políticas. "Uma vez fui com a Media Luna Roja; se as pessoas das ambulâncias são terroristas, melhor esquecê-lo".

"Se uma das potências nucleares mais perigosas tem medo dos palhaços, pois sim que têm um problema", assinala Lokonuk. "Somos um exército, porém de sonhadores; sonhadores, nosso único escudo antimíssil são os narizes vermelhos e as únicas vítimas de nossos atos são os mortos de rir. Além disso, esta gente bombardeia Gaza e constrói um novo Muro da Vergonha".

Prado colocou o caso nas mãos de advogados para ver se há alguma maneira de denunciar estes fatos. A embaixada israelense justifica a ação. "Conhecendo o sistema de segurança israelense, podemos afirmar que se não lhe deixaram entrar, os serviços de segurança tinham razão. Israel é um estado de Lei, não se tomam decisões caprichosas nos aeroportos sobre quem entra e quem não", assevera Haiat a 20 minutos

Entrevista publicada no jornal cubano La Jiribilla, disponível em: <http://www.lajiribilla.co.cu/2010/n471_05/elgranzoo.html>
acessado em 22 de Novembro de 2012.

Para governos autoritários, como o de Israel, qualquer um pode ser terrorista, a acusação paira "acima de qualquer suspeita". 
E se o suspeito é o rizo, pior ainda. 
Quem viver verá.


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